Encontro “Diálogos antirracistas” – junho/2023

Um encontro para todas as pessoas que desejam se tornar melhores aliadas na causa antirracista.

Este encontro foi pensado como forma de proporcionar um espaço de trocas e reflexões sobre a luta antirracista. Se você é uma pessoa…

  • recém iniciada na temática antirracista,
  • que busca ser uma melhor aliada nessa luta,
  • que tem dúvidas e/ou quer aprender mais sobre conceitos básicos em torno dessa temática,
  • que já ouviu falar, mas ainda não sabe muito bem do que se trata esse tema

…esse evento é pra você!

Vamos conversar sobre antirracismo de forma leve, descontraída e didática. Através de exemplos compartilhados pelas pessoas presentes e de casos noticiados pela mídia brasileira e internacional, discutiremos sobre os diversos tipos de discriminação presentes em nossa sociedade. Além disso, vamos refletir sobre formas de desconstruir e combater esses preconceitos em nosso dia a dia.

No contexto da migração, é especialmente interessante cultivar o pensamento crítico em relação às diversas formas de discriminação que podem se apresentar em nosso entorno porque, ao migrar, muitas vezes entramos em contato com novas formas de racismo e discriminação que não conhecíamos em nossos países de origem. Por isso, é preciso ter atenção e exercitar o olhar antirracista sempre!

Interessou? Então vem com a gente!

Quando: 05.06.23 e 12.06.2023, das 19:30h às 21:00h (Horário de Berlim)/ 14:30-16:00h (Brasília).

Onde: Pelo Zoom

Investimento: 40,00 Euros

Vagas limitadas!

Atenção! Se o seu interesse é grande, mas não pode pagar esse valor no momento, entre em contato com a gente. O valor da taxa não deve impedir a sua participação.

Cris Oliveira, mediadora e idealizadora deste projeto, é uma mulher negra, nordestina e imigrante. É professora de inglês (EFL) e alemão (DaZ), mestre em linguística (linguagem e cognição) e em pedagogia inclusiva (língua e inclusão) pela Universität Bremen. Cris também é uma das responsáveis pela curadoria de cursos de formação de professores no Landesinstitut für Schule em Bremen nas áreas de Educação Bilíngue e Educação Antirracista no centro de assuntos “interculturais” do instituto, além de coordenar a rede de pegadogogos e pedagogas com histórico de migração.

Para participar, faça a sua inscrição através do link: https://forms.gle/op45RranjZcnJqrw7

Esperamos vocês!

Acesse o nosso Instagram também: @continuidadenaimigracao

Quem somos

Somos um grupo de três pessoas que buscam discutir e promover espaços de acolhimento e de construção de conhecimento acerca da migração e as suas repercussões emocionais. Temos como objetivos promover o desenvolvimento pessoal, educacional e social tanto dos imigrantes quanto dos profissionais que trabalham nesta área. Essas iniciativas nos tocam profissional e pessoalmente, já que temos histórico de migração dentro do Brasil e fora.

Flora é psicóloga clínica sistêmica, com especialização na Alemanha em constelações sistêmicas e na área da migração e seus processos psicossociais. Atuou mais de 11 anos na área de assistência à família, crianças e adolescentes juntamente com o conselho tutelar de Bremen. Co-fundadora do Continuidade Podcast com conteúdos sobre imigração e seus aspectos emocionais, que nasceu em 2019. Atualmente, realiza atendimentos clínicos. (@floracampe.psi)

Daniele é psicóloga e neuropsicóloga, com especializações e experiência em instituições de saúde, como centro de reabilitação física e hospitais, e no consultório. No seu mestrado, pesquisou a qualidade de vida e aspectos emocionais das crianças e adolescentes com esclerose múltipla. Faz parte da equipe do Continuidade desde 2020. Trabalha com projetos com mulheres imigrantes e com atendimentos clínicos. (@danielestivanin.psi)

Cris é educadora com um trabalho focado em inclusão e antirracismo. Co-fundadora do Continuidade Podcast com conteúdos sobre imigração. Ela mudou a sua função no projeto, após boas conquistas no trabalho e com a chegada de uma criança linda. Atualmente está de licença maternidade, mas continua nos acompanhando com seu olhar atento, refinado e amoroso, como uma verdadeira conselheira de assuntos gerais. (@asaltibamca)

Nova fase Continuidade!

O Continuidade nasceu como um podcast que busca discutir a migração a partir dos aspectos emocionais, sociais e educacionais, idealizado por Cristiane Oliveira e Flora Regis Campe que moram em Bremen, na Alemanha. A ideia surgiu em 2019 após as duas vivenciarem na pele os desafios da imigração, suas construções, e de cursarem juntas uma especialização sobre os aspectos psicossociais da imigração.


Os assuntos e reflexões que elas observavam nas suas atuações profissionais e também nas rodas de conversas com pessoas próximas, precisavam circular em outros espaços e alcançar mais gente. E assim o podcast nasceu e pôde ser ouvido em diversos países, na casa das pessoas que também compartilhavam de histórico de imigração e todas as suas expectativas, dores e delícias. Além dos episódios, foram construídos também workshops sobre identidade, relacionamentos e sobre a luta antirracista num espaço de trocas e de autocuidado. Com o tempo criamos o núcleo de Psicologia e Saúde Mental, conduzido pelas psicólogas Flora Regis Campe e Daniele Stivanin, que buscaram produzir conteúdos para o podcast, para o site e para as redes sociais com um olhar psicológico.


A equipe cresceu e tivemos muita produção, com olhares diversos. Passamos por diversos momentos de mudanças pessoais e profissionais, que incluíram oportunidades profissionais sonhadas, uma pandemia, luto, mudanças na carreira profissional e a chegada de um bebê.


Foi preciso colocar o “pé no freio”, repensar o formato e também as possibilidades atuais de cada uma. Por isso, levamos um tempo em pausa aqui, mas nos bastidores tivemos muitas reuniões e reflexões.


Como podem imaginar 2022 foi um ano de muitos desafios para as pessoas que faziam o Continuidade Podcast acontecer. E depois de muita conversa, trocas e um enorme carinho por esse projeto, decidimos retomar as atividades em 2023 com workshops para mulheres imigrantes e também construir novas redes entre profissionais que atendem imigrantes.
Tem muita coisa boa e bem cuidada vindo aí! O projeto Continuidade mudou, mas continua com a mesma essência de favorecer o crescimento emocional e o empoderamento da própria história na imigração.

Ep # 84 Confraternização Continuidade

Jingle bell, jingle bell já chegou o Natal! Pelo menos aqui no Continuidade, já que no episódio de hoje nós resolvemos juntar toda a equipe para aquela confraternização legal que vocês já conhecem. Vem ouvir nossas reflexões sobre 2021 e indicações para 2022. Aperta o play e vem se divertir com a gente!

Ficha técnica

Clarisse Och: contatos comerciais e imagens  @clarisse_och

Dani Stivanin: faz parte do nosso time da psicologia. Nos apoia com a pauta e nos contatos das redes sociais @familiandoblog

Lali Souza: Responsável pelo site, revisão de textos e apoio às pautas @lalisouza

Jingle de abertura e encerramento: Eduardo Lubisco @englischclasses4you

Gravação e mixagem do jingle: Jorge Solovera @assimsimrecords

Edição de aúdio Domênica Mendes @opodcastédelas

Apresentação: Cris Oliveira: asaltimbanca.blogspot.com e Flora Régis Campe @floracampe

Depressão sazonal: você sabe o que é?

Foto: Dani Stivanin

O nosso último episódio foi sobre a temática da depressão sazonal ou o chamado transtorno afetivo sazonal (Seasonal Affective Disorder – SAD, em inglês). E por que é relevante abordar este tema um tanto desconhecido? O que pode ser feito, se eu notar que eu ou uma pessoa próxima tem estes sintomas? Estas são algumas das informações que vamos abordar neste texto hoje.

A depressão sazonal é um conjunto de sintomas que podem ocorrer nos períodos de menor incidência de luz solar e menores temperaturas, como são os meses de outubro a março no hemisfério norte. Estes sintomas podem variar de intensidade e de frequência, configurando ou não um diagnóstico formal.

E quais seriam os sintomas mais comuns da depressão sazonal? Os relatos mais frequentes são de redução do nível de energia, com sensação de fadiga ou dificuldades em realizar a rotina normal; aumento de apetite, principalmente de carboidratos e alimentos doces; alteração do padrão do sono (como maior sonolência ao longo do dia ou dificuldades para iniciar o sono); rebaixamento das funções cerebrais, com problemas de pensamento, como dificuldades de concentração e lentificação no processamento de informações; problemas no humor, particularmente depressão ou sintomas depressivos, como pessimismo, sentimento de culpa, diminuição da auto estima, desespero e apatia. Também pode ser observada  sintomas ansiosos e a diminuição da socialização, com irritabilidade ou diminuição do interesse em atividades que antes eram prazerosas.

O chamado “Winter Blues” é o rebaixamento ameno da motivação e do funcionamento geral, com os sintomas citados acima, mas mais brandos na frequência e intensidade que a depressão sazonal (SAD). O diagnóstico de SAD, por sua vez, pode ser realizado após três ou mais invernos consecutivos de sintomas. Pode acontecer em qualquer idade, mas principalmente com início entre 18 e 30 anos ou diante de uma mudança do local de onde mora, por exemplo, mudança para um país com menor incidência das horas de sol ao longo do dia. 

Uma questão importante é observar como o seu corpo responde ao inverno e as reduzidas horas de sol. Eu me sinto mais cansado, mais lentificado nas minhas atividades corriqueiras, menos produtivo e mais irritado neste período? O quanto isso me afeta e traz prejuízos nas minhas atividades e relacionamentos? Estes são os nossos parâmetros para que possamos nos comparar e ficar atento para possivelmente pedir ajuda.

Diante dessa auto-observação, podemos conversar com profissionais da nossa confiança seja o médico ou psicólogo. Na consulta com o seu médico de família, ele pode, por exemplo, verificar o seu estado de saúde geral, realizar a dosagem da vitamina D e checar as queixas relacionadas a depressão sazonal, para possíveis encaminhamentos e uso de medicação.

No caso de confirmação de um diagnóstico, o tratamento pode envolver psicoterapia, medicação e estratégias de bem estar. E aqui vamos citar algumas delas:

  • reconhecer estratégias que façam bem (e elas são pessoais e precisam ser customizadas por cada um!)
  • cuidado com a alimentação e rotina;
  • cuidado com a rotina de sono;
  • tentar construir uma rotina de atividade, principalmente caminhadas em áreas externas e durante o dia;
  • uso de ponto de luz em casa, como iluminar a sacada, ter velas nos cômodos, objetos coloridos e flores;
  • uso da terapia de luz, conforme recomendação médica;
  • práticas de meditação para auxiliar no maior contato com as reações corporais, respiração e com os sentimentos e forma de pensar;
  • conhecimento de rituais e saberes do local de morada como rituais de St. Martin, tradições de mercados de Natal, atividades de inverno, decoração de outono e inverno em casa; Glühwein, chás de inverno. Podemos conversar com nativos ou com pessoas que vivem aqui há mais tempo, quais as atividades que as pessoas se engajam neste período;
  • autoconhecimento e observar como está a sua vivência de imigração;
  • buscar grupos de apoio em seus locais de morada
  • procura de novas aprendizagens, como novos cursos.

Conhecer esse diagnóstico é importante para dar nome aos sintomas e sentimentos, para poder reconhecê-los e não gerar culpa e autocrítica exacerbada. Cabe lembrar que ter informação é cuidado e empoderamento! Sempre merecemos cuidado! Não é frescura ou fraqueza ou falta de fé. A nossa saúde mental é muito importante, não se esqueça disso e valorize!!

Quer saber mais? Escute o nosso episódio do podcast!

Por Daniele Stivanin

Referências:

American Psychiatric Association (APA).  Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. 5 Porto Alegre: Artmed, 2014.

Gatón Moreno, Miren Aiala, González Torres, Miguel Ángel, & Gaviria, Moisés. Seasonal affective disorders, “winter blues”. Revista de la Asociación Española de Neuropsiquiatría, 35(126), 367-380, 2015. 

Melrose S. Seasonal Affective Disorder: An Overview of Assessment and Treatment Approaches. Depress Res Treat. 2015:178564, 2015. doi:10.1155/2015/178564

Rosenthal NE. Winter Blues: Everything You Need to Know to Beat Seasonal Affective Disorder. New York, NY: Guilford Press; 2006.

Ep#83 Depressão Sazonal

No episódio de hoje convidamos a nossa querida Danieli Stivanin para conversar sobre a depressão sazonal, um transtorno que atinge milhões de pessoas nos países do hemisfério norte. Foi uma conversa bastante informativa e cheia de estratégias de enfrentamento dessa disfunção psicológica. 

Aperta o play e saiba mais!

Indicações do episódio

Grupo Seja Sol no Inverno @sejasolnoinverno

Música: Mariana Senna

Livro:The girl who saved the king of Sweden – Jonas Jonasson

Ficha técnica

Clarisse Och: contatos comerciais e imagens  @clarisse_och

Dani Stivanin: faz parte do nosso time da psicologia. Nos apoia com a pauta e nos contatos das redes sociais @familiandoblog

Lali Souza: Responsável pelo site, revisão de textos e apoio às pautas @lalisouza

Jingle de abertura e encerramento: Eduardo Lubisco @englischclasses4you

Gravação e mixagem do jingle: Jorge Solovera @assimsimrecords

Edição de aúdio Domênica Mendes @opodcastédelas

Apresentação: Cris Oliveira: asaltimbanca.blogspot.com e Flora Régis Campe @floracampe

Ep#82 Acordos de migração que transformam vidas

No episódio de hoje, conversamos sobre a grande mudança social proporcionada pelo acordo firmado na década de 60 entre a Alemanha e outros países. Foi elaborado um acordo de recrutamento, que regulamentava a vinda para a Alemanha de trabalhadores e trabalhadoras de vários setores diferentes, para ajudar na indústria alemã, que estava em fase de pleno desenvolvimento. As primeiras pessoas a chegarem através desse acordo eram de origem italiana e, em seguida, as de origem turca, sendo este último grupo de imigrantes o mais numeroso a chegar neste período.

Este acordo entre nações transformou a percepção do que seria a “identidade étnica” da Alemanha, além de dar início a um grande debate sobre as relações “interculturais” no país. Para saber mais sobre esse acordo e como ele transformou a vida de muitas pessoas migrantes, a gente convida você a escutar o nosso mais novo episódio.

Aperta o play e saiba mais!

Indicação

Podcast: Mano a Mano de Mano Brown

Livro: “In Deutschland angekommen…” Einwanderer erzählen ihre Geschichte (1955 – heute)

Do outro lado da migração: a história de Helena Lara

Oi, eu sou Helena Lara. Eu sou psicóloga e moro aqui no Brasil, em São Paulo capital. Quem migrou foi meu filho, que se chama Guilherme. Eu não sei dizer exatamente qual foi a motivação dele de migrar, mas eu posso dizer o que foi que acentuou a vontade dele de ir embora. Desde que o Guilherme era pequeno, por exemplo, já com uns 7 anos de idade, ele dizia que ia embora para os Estados Unidos. Eu achei estranho no começo, porque nem na nossa família e nem no nosso grupo de amigos não tinha, na época, ninguém que tivesse migrado. Ele não tinha escutado relatos de migração de ninguém para poder se sentir encantado com isso. Como um apreciador de basquete, ele gostava muito de Michael Jordan. Isso e a vontade de jogar basquete acentuaram a vontade dele de ir para os Estados Unidos.

Quando ele entrou para o ginásio, eu o coloquei em um curso de inglês e ele amava, se dedicava bastante. Conhecia muito sobre os Estados Unidos e gostava de assistir programas americanos, até cobria as legendas para poder praticar melhor o idioma. Eu brincava, dizendo que ele tinha nascido no país errado. Com toda certeza, chegou um dia em que decidiu ir e foi.

Ele foi em 2014 e nós usamos as chamadas de vídeo para conversar. De certa forma, é gostoso, pois ele me mostra os lugares onde está, e eu posso conhecer um pouco da sua vida lá. Isso alivia muito! Eu sempre falava: no ano que vem vou vê-lo. Mesmo sem ter uma organização de fato para isso, sempre falava e isso me acalmava e aliviava a minha saudade. Meu filho faz falta. Ele é muito companheiro, inteligente, e eu acho muito bom conversar com os filhos, mas eu sei que ele está feliz. Ele me conta que se sente em casa lá. É bom escutar isso e não tem como não desejar que ele também siga com essa sensação de pertencimento! 

A única coisa é que a saudade é forte, ela arrebenta com a gente. Após ele ir, em 2016, a saudade foi apertando de fato e foi muito interessante notar que, quando acordava, muitas vezes tinha a sensação que tinha havia abraçado ele, tocado nele. A minha filha Fernanda escutou este meu relato, ficou quietinha e me deu um saquinho de presente no dia das mães. Um saquinho bem leve: era uma bolsinha para passaporte com o dinheiro da passagem! Uau! Com este lindo presente dela e do meu genro, em 2017, nós três embarcamos e fizemos uma surpresa para o meu filho, com a ajuda da minha nora (que na época era namorada e hoje é a sua esposa!). Foi tão bom!

Quando ele veio para o Brasil foi tão gostoso também! Reunimos a nossa família, que é bem grandinha! Foi tão bom fazer o bolo que ele gosta, caprichar no café da manhã, ver ele no sofá, estar ali perto. É a coisa mais desejada do mundo! E ele também voltou quando a Fernanda se casou e foi muito importante para todos nós! A Fernanda falou que não se casaria se ele não estivesse aqui, porque ele é importante e próximo dela.

E ele também retribuiu a nossa surpresa, me fazendo outra junto com a Fernanda. Foi maravilhoso abrir a porta e vê-lo! 

Ele foi o primeiro filho que saiu, foi meu primeiro sentimento de ninho vazio. E todas as vezes que conversava com a minha filha, que sempre teve um ótimo relacionamento com o irmão, terminamos falando que tínhamos a certeza que ele estava feliz, realizado. Isso trazia aconchego para nós!

A imigração dele foi muito desejada e ele faz tudo para dar certo, já conquistou o seu visto de trabalho. Ele quer ficar lá e eu imagino que vai ficar.  Algumas pessoas me dizem “ele vai voltar”, talvez pensando que isso me consola, mas para mim está bem definido e claro, desde o dia que ele foi. Quando fui visitá-lo, vendo aquele país, eu mesmo falei para ele ficar lá. É um bom país para se desenvolver, inclusive no seu trabalho. Ele tem mais alcance nos aspectos que ele valoriza. 

Eu admiro essa vontade dele de imigrar. Eu nunca tive essa determinação de mudar de país, mas pelo fato dele estar lá, eu penso ou brinco de tentar passar alguns meses. Não visualizo uma mudança, pois eu acho que ficaria dividida, porque tenho minha filha no Brasil. Se um dia ela e o meu genro se mudassem, talvez eu ficaria um tempinho com um, um tempinho com o outro. Quem sabe? Ainda tem a questão do idioma, que seria um pouco complicado. Acho que teria que ser algo forte para eu sair daqui do Brasil. 

Nós conversamos há pouco tempo sobre a imigração dele e acho que, para quem imigra, o mais difícil é não estar perto nos momentos e datas importantes da família, como aniversários ou a perda de um familiar, por exemplo. São diversos os fatores que impedem a pessoa de estar rapidamente aqui. Porém, são escolhas em que se ganha em diversos aspectos e balanceia as perdas. Ele participa da forma que dá e que hoje é possível, como pelas chamadas de vídeo. 

Eu desejo que tudo seja possível para ele, que tudo dê muito certo, aliás, já está dando! Ele se sente em casa lá e é bom vê-lo assim. Desejo também que ele viva feliz com a esposa dele, que é uma pessoa muito guerreira! Que continue a ser esse homem maravilhoso que ele é! E, se pudesse pedir mais, seria alguns netinhos gringos! Já pensou?

Nós do Continuidade agradecemos imensamente à Helena Lara, por nos presentear com o olhar e a história da sua família. Que vocês possam sentir o aconchego que sentimos daqui ao escutá-la e a ao ler as suas palavras! Vielen Dank, Helena! Obrigada! Thank you!

Ep 81 A migração para quem fica

No episódio de hoje, entrevistamos a parte da família que ficou, para saber o que a migração causa lá do outro lado . Leda Regis é psicóloga e já viveu a migração de seus dois filhos e por tabela de sua sobrinha também. Ela contou pra gente como lida com a saudade e quais os rituais para manter os vínculos familiares foram surgindo ao longo do tempo. Aperta o play e vai conferir essa entrevista.

Ep#80 Histórias de Crianças com histórico de migração

No mês de outubro, no Brasil, nós comemoramos o Dia das Crianças. Por esse motivo, resolvemos ouvir histórias de migração através do olhar de algumas crianças. Vem escutar esse episódio jovem, leve e cheio de sotaques diferentes de nossas queridas crianças migrantes ou com história de migração.

No episódio de hoje nós indicamos o podcast Nós. Duas pessoas relatam uma parte da história de alguém que elas ouviram previamente. Quando o episódio vai ao ar, as metades das histórias se completam e o resultado é emocionante.

Você é psicólogo/a, vive fora do Brasil ou tem um olhar especial para os processos da migração em suas abordagens? Vem se conectar com a gente na nossa Network de Profissionais de Psicologia espalhados pelo mundo. Através de nossas conexões poderemos alcançar e ajudar mais pessoas. Acompanhe nossas novidades aqui no site e em nossas redes sociais.

Gostaríamos também de dar um abraço bem apertado e agradecer de forma muito especial a nossos convidados e convidadas mirins. Um beijo enorme para Ícaro Alpire Nery, Beatriz e Laura Pradeira e Samuel Paiva Pedras  por terem abrilhantado nosso episódio.