A imigração japonesa no Brasil

A maior comunidade Japonesa fora do Japão está no Brasil. No entanto, pouco se fala sobre esse 1,6 milhão de pessoas no território brasileiro. Quando falamos na comunidade japonesa no Brasil, a primeira associação que se faz é o bairro da Liberdade, em São Paulo. Além disso, pensa-se também em comidas e bebidas como Sushi e Sakê, que ganharam muita popularidade nas cenas urbanas das grandes cidades brasileiras. Mas você sabe como se deu a imigração japonesa para o Brasil?

Depois de uma brasileira de descendência japonesa contar sua história para gente no segundo episódio da segunda temporada do nosso podcast (clica aqui pra ouvir!), decidimos que precisávamos saber mais sobre a comunidade japonesa no Brasil.

A emigração Japonesa teve início em 1868, tendo sempre pontos altos nos períodos pós-guerra. No Brasil, ela chegou apenas em 1908, em consequência das políticas emigratórias japonesas e de mudanças sociais no Brasil.

Para o Japão da época, fazia sentindo estimular uma nova política migratória, com objetivo amenizar tensões sociais que surgiam devido à escassez de terras e endividamento de trabalhadores rurais. O Brasil, por sua vez, buscava trabalhadores estrangeiros para substituir a mão-de-obra das pessoas escravizadas, depois da abolição da escravatura.

No início do século XX os Estados Unidos, que eram o destino preferido dos japoneses, vetaram a entrada desses imigrantes em seu território. Com isso, o Brasil acabou recebendo um fluxo ainda maior de pessoas vindas da Terra do Sol Nascente.

“Sakura”, a flor de cerejeira, é linda e muito típica do Japão.

A comunidade japonesa, no entanto, ao contrário dos emigrantes europeus, foram alvo de grande preconceito ao pisar em solo brasileiro. Não podemos esquecer que, nessa época, havia uma política de embranquecimento da população brasileira e os japoneses enfrentavam grande resistência vinda da sociedade local por serem considerados exóticos demais.

No Brasil reinava a ideia racista de que os asiáticos eram impossíveis de se adaptarem devido às diferenças étnicas, físicas e culturais e sua presença era sempre vista com desconfiança e restrições sistemáticas. Os desdobramentos da Segunda-Guerra Mundial também foram responsáveis por gerar um sentimento de grande hostilidade contra imigrantes japoneses pelo mundo.

Apesar dessa história meio conturbada, Brasil e Japão têm uma longa história de migração em ambas as direções. Hoje em dia, brasileiros são maior grupo étnico “não-asiático” dentro do Japão e a migração de descentes de japoneses para o Japão é ainda bastante expressiva.

*Por Cris Oliveira

Fonte: https://brasil500anos.ibge.gov.br/territorio-brasileiro-e-povoamento/japoneses/a-identidade-japonesa-e-o-abrasileiramento-dos-imigrantes.html

Um ano de Continuidade!

Foram as caminhadas matinais ouvindo podcasts, que despertaram em mim, Flora, o desejo de ter o meu próprio. Para Cris, foi a necessidade de, literalmente, colocar sua voz em algum projeto criativo. E assim começamos a conversar cada vez mais sobre essas possibilidades e desejos.

Na verdade, desde novembro de 2018 já vínhamos nos sintonizando com o desejo de criar pontes. Há alguns anos, tínhamos feito uma especialização juntas e, desde então, era muito grande em nós duas a necessidade de compartilhar esses conhecimentos com o mundo. Nossas próprias vivências enquanto mulheres migrantes nos qualificavam ainda mais para apoiar outras pessoas que se aventuraram a mudar de país, seja de forma voluntária ou involuntária.

Foram mais de 6 meses de testes, criação de roteiros, construção do nome, testando formatos. E como, se estivéssemos predestinadas para virar podcasters, assim que começamos a falar de forma mais concreta de nosso desejo, amigos nos presentearam com o que a amizade tem de mais especial:  apoiar o outro no seu sonho, seja ele qual for!

Du Conti, amigo de Cris de milhões de anos, compôs nosso lindo jingle. Ele ainda foi além e fez a ponte para Cris retomar o contato com outro grande amigo de infância, Daniel Castelani, que acabou se tornando nosso editor. Foi a filha de Daniel, Beatrice Castelani, que criou nosso logo, dando assim mais uma voltinha nessas linhas intrincadas e contínuas que compõem a vida.

A migração nos ofereceu muitos obstáculos, mas também nos presenteou com muitos amigos e amigas queridas. Uma delas é Clarisse. Ela embarcou na loucura de apoiar duas “analfabetas” digitais a se tornarem influenciadoras e, hoje, deixa nosso Instagram exuberante, além de propor e nos conectar com pessoas que geram parcerias lindas para o Continuidade Podcast.

Para fortalecer ainda mais esse nosso grupo, uma comunicóloca baiana retada também nos ofereceu ajuda ao ficar sabendo de nosso desespero e fomos muito sábias em aceitar. A nossa caçulinha Lali Souza é uma mulher forte, de sorriso contagiante e voz encantadora; Escritora de mão cheia, além de colaborar com nosso site, deixando-o todo especial, ainda nos ajuda também nos assuntos midiáticos. Pense numa equipe iluminada!

Foto: Clarisse Och

O Continuidade Podcast começou como hobby e foi tomando cada vez mais espaço em nossas vidas. É um espaço que cedemos com prazer porque ele acabou se tornando uma missão de vida pra gente. Muitas vezes dizemos que ele é mais que um podcast, já se tornou um canal de cura no nosso processo de desenvolvimento pessoal e profissional.

Através do Continuidade mostramos nossas imperfeições sem vergonha de julgamentos, ressignificando a ideia de que, para sermos aceitas, precisaríamos almejar a perfeição. No campo profissional, alcançamos migrantes que nos ajudam a refletir e empoderá-los nas suas escolhas de construir uma nova versão de si mesmos(as) e de suas identidades culturais.

Que desafio resolvemos encarar! Esse hobby tomou uma dimensão tão grande que, algumas vezes, pensamos em puxar o freio de mão e diminuir… mais aí vêm as reuniões, vem nossa equipe linda com milhões de ideias e parcerias novas – tanto fôlego que não quis parar de gerar conteúdo nem nas férias – para nos lembrar que, uma vez construídas as pontes, elas devem continuar servindo para conectar pessoas.

Feliz aniversário para nós! E rumo à segunda temporada!

*Por Flora Régis Campe

Migração faz história – Museu Deutsche Auswandererhaus

O Deutsche Auswandererhaus é um museu localizado na cidade de Bremerhaven, no norte da Alemanha, dedicado exclusivamente à história da emigração e imigração alemã. Apesar de não ser o único museu com esta temática no mundo, a sua peculiaridade está na riqueza de detalhes e na forma como se mantém em sintonia com os debates atuais sobre esse assunto.

O Auswanderhaus (que significa Casa do Emigrante) está localizado em um antigo porto que, a partir do ano 1683, foi o ponto de partida de mais de 7 milhões de emigrantes que se aventuravam no “Novo Mundo”, com a esperança de uma vida mais promissora. No museu, o visitante é convidado a participar de uma encenação rica em detalhes que o leva a acompanhar a trajetória de pessoas que partiram, exatamente daquele lugar, para destinos diversos, como Estados Unidos, Argentina, Brasil, entre outros.

As histórias reais das famílias migrantes escolhidas pelo museu dão conta de transmitir 300 anos de migração alemã de forma emocionante e elucidativa. A intenção do museu é informar e despertar a empatia dos visitantes sobre os diferentes motivos que levaram – e ainda levam – as pessoas a deixarem seus países de origem em busca de uma vida melhor em algum lugar distante.

No Auswanderehaus é também possível fazer uma extensa busca na sua própria história familiar de migração. Através disso, muitas pessoas acabam descobrindo suas origens e fatos inusitados sobre suas famílias. Além da viagem histórica que se faz no Auswandererhaus e das diversas exposições que se pode ver por lá, o museu ainda tem diversos projetos com a temática da migração. Tudo sempre com um olhar sensível para a migração dentro e fora da Alemanha.

Um bom exemplo é o Studio Migration, ou Estúdio Migração, cujo objetivo é animar os visitantes a entrarem em um estúdio e participarem de uma conversa sobre suas impressões acerca do museu e do que está acontecendo de atual em relação ao tema no país e no mundo. Os participantes podem também contar suas histórias de migração e, com isso, ajudam a criar um extenso arquivo oral para as próximas gerações.

Visitar o Auswandererhaus é um excelente programa para se fazer em família, aprendendo e se emocionando com as histórias de migração de quem, um dia, apostou tudo na esperança de uma vida melhor longe das certezas do conhecido. Desde o dia 8 de maio de 2002 ele está reaberto ao público, mas, como está seguindo um protocolo rígido para garantir a segurança dos visitantes, antes de ir, é melhor se certificar sobre os horários de funcionamento e possibilidades de visita guiada no site.

Para quem prefere ainda ter cautela e não frequentar lugares com muitas pessoas, vale a pena conferir as ofertas digitais do museu e o canal deles no Youtube. Tours virtuais, textos e muito mais sobre o  Auswandererhaus podem ser encontrados no site do museu, que também está disponível em língua inglesa.

SITE DO DEUTSCHE AUSWANDERERHAUS: https://dah-bremerhaven.de/news/

CANAL NO YOUTUBE: https://www.youtube.com/channel/UCquw6xwYTQBx2FXfeITOtSg

INSTAGRAM: https://www.instagram.com/deutsches.auswandererhaus/

Foto: Wikipedia