Canções de Migração: Sweet Virginia

Sabe aquele frio na barriga que dá quando a gente decide imigrar? É dessa sensação que a música de hoje me faz lembrar. Aquele medo de sair de casa, somado a toda esperança de que o novo será tão bom quanto, se não melhor.

Sweet Virginia é uma canção de Keith Richards e Mick Jagger. Foi lançada pelos The Rolling Stones em 1972, fazendo parte do álbum Exile on Main St.. Nela, o eu lírico se despede da sua vida na Califórnia para ir rumo a novas vivências no estado da Virginia.

Ainda que a canção não deixe claro se a Califórnia é ou não o seu lugar de origem, era lá onde ele estava. Ele se despede com carinho, agradecendo pelo que foi bom, mas também pelo que não foi assim tão doce.

Thank you for your wine, California
Thank you for your sweet and bitter fruits

Obrigado pelo seu vinho, Califórnia / Obrigado por suas frutas doces e amargas

Na mesma sintonia, ele pede à Virgínia que “venha de mansinho”, na intenção de que essas novas vivências sejam positivas.

But come on come on down Sweet Virginia
Come on honey child I beg of you
Come on come on down you got it in you

Mas aproxime-se, venha de mansinho, Doce Virginia
Venha, querida, eu imploro por você
Aproxime-se, venha de mansinho, você tem isso dentro de você

Aperte o play pra ouvir a música!

Agora é sua vez: qual canção de migração você gostaria de ver por aqui? Conte para a gente nos comentários!

*Por Lali Souza

Canções de Migração: Asa Branca

Asa Branca, de Luiz Gonzaga, é uma canção que retrata uma realidade difícil, em que o eu lírico não vê outra solução que não deixar sua terra e sua gente e partir em busca de uma vida melhor em outro lugar. É um exemplo de um tipo de migração muito comum no Brasil: o êxodo rural.

A música toca pela sinceridade e simplicidade, além de descrever uma situação de grande sofrimento. Num contexto de pobreza e seca, a constatação de que migrar é única solução possível para a sobrevivência.

Que braseiro, que fornaia

Nem um pé de plantação

Por falta d’água perdi meu gado

Morreu de sede meu alazão

O luto está presente em todas as estrofes da canção, seja na tristeza ao se deparar com a realidade, seja dor de deixar para trás sua terra, sua gente e até mesmo um amor.

Inté mesmo a asa branca

Bateu asas do sertão

Entonce eu disse, adeus Rosinha

Guarda contigo meu coração

Assim como muitos migrantes que deixam seu local de origem não por vontade, mas por necessidade, o desejo de voltar pra casa se faz presente na canção. O retorno é amparado na esperança de dias melhores.

Quando o verde dos teus olhos

Se espalhar na plantação

Eu te asseguro não chore não, viu

Que eu voltarei, viu

Meu coração

Luiz Gonzaga viveu o êxodo rural, quando saiu de sua terra natal, a cidade de Exu, no sertão pernambucano. Luiz viveu em Fortaleza, no Ceará, e, depois, no Rio de Janeiro. Gonzagão, como também era chamado, ficou conhecido como o Rei do Baião e levava a cultura sertaneja nas roupas, na música e na sua história.

A música Asa Branca foi um dos primeiros sucessos do artista, lançada em 1947. Até hoje é considerada um dos grandes clássicos da música brasileira.

*Por Lali Souza

Fontes:
e biografia – Luiz Gonzaga
Brasil Escola