Giro Pelo Mundo: 6 Dicas do Que Fazer em Madri

Madri é uma cidade encantadora não somente pela arquitetura, mas principalmente pela sua gente. Quando cheguei aqui pela primeira vez, bateu logo aquele “click” que dizia: eu bem que poderia morar aqui. Os anos passaram e, quem diria, cá estou!

Nesse post, quero dividir com vocês alguns dos meus cantinhos preferidos da cidade. Muitos são clichês, mas o que seria da vida sem eles, não é mesmo? Sabemos que o momento não está muito propício a viagens, mas já guarda aí as dicas para quando essa fase difícil passar.

1. Passeio no Parque do Retiro

Parque do Retiro. Imagem: Daniel Salazar por Pixabay

Com certeza, o Parque do Retiro é um dos lugares mais lindos da cidade. Ele é enorme e cheio de atrações de tirar o fôlego. Além de um passeio super agradável, lá você também vai encontrar os Palácios de Cristal e de Velazquez. O lago central e seus jardins também são muito lindos e cercados de bares e restaurantes.

2. Pôr do sol no Templo de Debod

Templo de Debod. Imagem: Flickr / jiuguangw / CC BY-SA 2.0

É, com certeza, a minha vista preferida da cidade. O monumento em si não é nada demais, mas vale muito o passeio para apreciar o pôr do sol incrível. Uma boa dica é levar uma canga para sentar na grama e aproveitar o espetáculo.

3. Domingo na Feira do Rastro

El Rastro. Imagem: OLMO CALVO por elmundo.es

O Rastro é uma feita livre que acontece todos os domingos de manhã no bairro de La Latina. A feira se espalha por várias ruas e há uma variedade enorme de produtos: utensílios para casa, roupas, bijuterias, artigos em couro, prata, além de sebos de livros e artigos vintage. Mas é preciso ter atenção aos bolsos e bolsas, viu? O Rastro costuma ser muito cheio e é comum haver pequenos furtos, principalmente de aparelhos celulares.

4. Noite de Malasaña

Um dos bairros mais badalados de Madri, cheio de bares e discotecas. Não faltam boas opções de onde tomar um drink e provar as famosas tapas.

5. Compras na Gran Vía

Gran Vía. Imagem: donfalcone por Pixabay

A Gran Vía é uma avenida enorme e cheia de prédios com uma arquitetura lindíssima. Concentra um número enorme de lojas e é também onde estão os grandes teatros musicais de Madri. Mesmo que o seu objetivo não seja o de ir às compras, vale muito a pena dar uma volta pela Gran Vía.

6. Visita aos Museus do Prado e Reina Sofia

Um passeio pelos museus do Prado e Reina Sofia também é um programa imperdível para quem gosta de arte. No Museu do Prado você vai encontrar, por exemplo, obras de artistas renomados como Salvador Dalí. No Reina Sofia, um dos astros é o famoso quadro Guernica, de Pablo Picaso.  

Dica bônus: Escapada para Toledo

Imagem: Anne & Saturnino Miranda por Pixabay

Ué, mas Toledo nem é Madri! Verdade. Mas a cidade é tão  linda que vale a pena tirar um dia para ir lá. O centro histórico Toledo está elevado e a vista de seus miradouros é maravilhosa. A cidade está bem pertinho de Madri, a uma hora de ônibus.

E você? Conhece Madri? Qual o seu cantinho preferido da cidade?

*Por Lali Souza

Imagem de Destaque: Juan Miguel González por Pixabay.

Histórias de Migração: Lali Souza

Eu nasci numa família de raízes muito fortes ligadas ao seu lugar de origem. Meus pais são do recôncavo baiano, de uma cidade chamada Maragogipe, e, por muitos anos, esse foi o mais longe que cheguei da minha cidade natal, Salvador. No entanto, e contrariando essa nossa tradição familiar, o desejo de sair pelo mundo sempre foi muito presente em mim.

As tão sonhadas viagens entraram na minha vida somente no comecinho da idade adulta e, aos 20 anos, saí do Brasil pela primeira vez. Percebi que a vontade de ir mais além crescia e, em 2011, embarquei para um intercâmbio de 3 meses em Brighton, na Inglaterra.

Além de aprimorar o meu inglês, essa experiência serviu como um divisor de águas na minha vida, porque eu voltei para casa com uma certeza: queria sair outra vez. Durante anos vivi com a ideia fixa de ir morar na Inglaterra, talvez pelo apego nostálgico daquele intercâmbio que, seguramente, tinha sido a minha maior aventura até ali.

Depois de muita busca, decidi que o caminho para imigrar seria através do estudo e, numa visita despretensiosa a uma edição do Salão do Estudante, tive meu primeiro contato com um país que eu nunca tinha pensado sequer em visitar: Portugal. Descobri que a Universidade do Porto oferecia o curso de Mestrado que eu queria e cabia no meu orçamento. Naquele mesmo ano, 2016, embarquei para o Porto, onde morei por um ano e meio.

As dificuldades eram muitas e eu fui sobrevivendo como pude. Pela primeira vez, tive contato direto com a xenofobia. Ser falante de língua portuguesa, que eu pensava ser uma grande vantagem para arranjar trabalho, na verdade atrapalhou um pouco, pois o nosso sotaque brasileiro, muitas vezes, não é tão bem quisto assim por lá.

Apesar de não ter sido um mar de rosas, levo Portugal e o Porto no coração. Conheci pessoas incríveis, fui muito feliz e vivi uma experiência de autoconhecimento muito forte por lá. Voltei pra Salvador por uns meses, mas sabia que não seria para ficar.

Ao decidir voltar pra Europa, por que não arriscar outro lugar? Madri foi onde pousei para mais uma aventura e é a cidade que, hoje, eu chamo de lar. Eu já conhecia e gostava muito daqui, onde também tenho família, o que traz um aconchego todo especial. Por outro lado, eu também queria atrelar essa mudança à possibilidade de aprender um novo idioma.

Ainda sou uma imigrante “bebê”, com apenas 1 ano e 9 meses de vida madrileña. Sigo na luta para encontrar meu lugar ao sol e conquistar a tão sonhada estabilidade emocional (obrigada, Continuidade) e financeira, mas me sinto cheia de garra e esperança de, talvez, ter finalmente encontrado o meu lugar.

Porém, o futuro é muito incerto. Por isso, trago comigo a ideia de que a minha casa vai ser sempre onde eu me sinta feliz. O CEP é só um detalhe!

Nessas idas e vindas, a vida me apresentou Cris e Flora que, mais tarde, criaram o Continuidade. Hoje, tenho a alegria e o orgulho de fazer parte dessa família.

Eu sou Lali Souza e essa é a minha história de migração. Qual é a sua?