Mulheres Migrantes: Rupi Kaur

A escritora e poetisa Rupi Kaur nos inspira, não somente pelo seu trabalho, mas pela força com que defende as mulheres e os nossos direitos. Hoje, aproveitamos esse espaço para falar um pouco sobre ela, sua história de migração toda a luta que representa.

Rupi Kaur cresceu no Canadá, onde foi morar com sua família quando ainda tinha 4 anos. Ela nasceu na Índia, na cidade de Panjabe. Dentro do Canadá, chegou a morar em várias cidades diferentes e, hoje, tem residência em Brampton, na província de Ontario.

A sua hstória com as palavras e a literatura começou desde muito nova. Em entrevista ao site El Mundo, ela conta que escrever foi a sua forma de se libertar das dores que sentia por ser uma criança tímida e solitária, que era perseguida na escola.

O seu refúgio saiu do papel e ganhou o mundo online. Foi através de textos publicados em redes sociais que Rupi se tornou conhecida, principalmente pelo cunho feminista de suas palavras. Ela ganhou vizibilidade internacional quando, em 2015, uma fotos publicadas no Instagram, na qual aparece deitada e com a roupa manchada de menstruação, foi excluída duas vezes pela plataforma. A revolta de Rupi viralizou – e a imagem também – resultando na recuperação do post, acompanhado de um pedido de desculpas por parte do Instagram.

Imagem: Rupi Kaur

Rupi Kaur publicou o seu primeiro livro também em 2015: Outros jeitos de usar a boca (título original: Milk and Honey). A antologia fala sobre feminilidade, suas dores, abusos e capacidade de sobrevivência. Ela vendou mais 8 milhões de cópias e foi traduzida para 42 idiomas.

Despois do sucesso do primeiro, a autora já lançou mais dois livros: O que o Sol faz com as flores e Home Body.

Sobre ser uma pessoa imigrante, Rupi Kaur é gente como a gente e destaca que as suas dores são bem comuns àqueles que saem muito novos do seu país de origem. Ela se vê como uma pessoa de duas culturas, não perdeu a sua origem e está muito bem integrada ao local de acolhida. Por isso, diz que que “casa é um conceito complicado”.

“Aqui no Canadá, eles me olham e me veem de forma diferente, não me reconhecem como um deles, porque minha pele escura não se encaixa nos cânones ocidentais. Mas na Índia a mesma coisa acontece comigo, eles também me veem como uma estranha.”

Rupi Kaur em entrevista ao El Mundo, 2017.

*Por Lali Souza

Imagem de destaque: Rupi Kaur Oficial

Fontes:

Rupi Kaur – site otifical
Wikipedia
Fala Universidades
El Mundo

Mulheres Migrantes: Isabel Allende

A escritora Isabel Allende é filha de pais chilenos, mas nasceu no Peru, em 1942. Durante a infância, migrou com sua família para diferentes países por conta do trabalho do seu pai, que era diplomata. No entanto, foi a ditadura de Pinochet, no Chile, que obrigou Isabel a se afastar do seu país, imigrando de forma involuntária para a Venezuela.

Mas as migrações de Isabel não pararam por aí. A escritora premiada também chegou a morar em países da Europa e, depois de mais de uma década vivendo no Estados Unidos, em 1993, recebeu o título de cidadã norte-americana.

Considerada uma revelação da literatura latino-americana na década de 1990, a obra de Isabel Allende é muito marcada, justamente, pela ditadura no Chile. O regime foi implantado a partir do golpe militar que derrubou o governo do presidente Salvador Allende, primo-irmão do pai de Isabel. A carreira de Isabel consagra uma lista vasta de obras, entre peças de teatro, contos e romances – o mais recente é Longa Pétala de Mar (Largo Pétalo de Mar), lançado em 2019.

Imagem: Lori Barra / Divulgação

Em 1995, a escritora criou a Fundação Isabel Allende (Isabel Allende Foundation) com o objetivo de incentivar o empoderamento feminino ao redor do mundo. A Fundação nasceu em homenagem à memória de Paula, filha de Isabel, que morreu prematuramente aos 29 anos, mas dedicou uma parte de sua vida a trabalhos voluntários. Isabel queria continuar o trabalho iniciado pela filha.

“Investimos no poder das mulheres e das meninas para garantir seus direitos reprodutivos, sua independência econômica e proteção contra a violência”.

Isabel Allende

A Kind (Kids in Need of Defense)  é a principal organização beneficiada pela Fundação Isabel Allende. A Kind trabalha dando suporte legal para imigrantes não acompanhados ou crianças refugiadas nos Estados Unidos, oferecendo serviço gratuito de advogados que cuidam dos seus processos, garantindo que recebam o tratamento justo e todos os cuidados necessários, além de auxiliar na reintegração desses menores nas suas comunidades (em caso de deportação/repatriação). A Kind ainda atua ativamente na luta por mudanças nas leis de imigração estadunidenses, em busca de mais direitos e segurança, principalmente para as crianças.

Isabel Allende defende a importância de cuidar do outro além de si e milita pela força e autonomia das mulheres. Segundo ela, só foi possível chegar onde chegou porque teve acesso a educação, controle sobre a própria fertilidade e independência econômica.

Em sua biografia, Isabel divide um pouco de seu desejo de mudar o mundo e ajudar as pessoas: “eu olho para a minha vida e me sinto satisfeita porque houve poucos dias em que eu não tenha, pelo menos, tentado fazer a diferença”.  Obrigada, Isabel!

*Por Lali Souza

Fontes:

Diário de Noticias – https://www.dn.pt/artes/isabel-allende-75-anos-a-saudacao-feliz-ao-inverno-8678534.html

Wikipedia – https://pt.wikipedia.org/wiki/Isabel_Allende#cite_note-dn17-1

Fundação Isabel Allende – https://isabelallende.org/es/mission

Isabel Allende (Site Oficial) – https://www.isabelallende.com/en/bio

Kind – https://supportkind.org/

Imagem de destaque: Lori Barra / Divulgação

Continuidade Indica: Coletânea Reedificações

Criar pontes e gerar diálogos: esses são alguns dos principais objetivos do Continuidade.

Acreditamos que existe uma coisa muito poderosa no ato de nos conectarmos a pessoas com as quais compartilhamos as mesmas visões de mundo e objetivos. A certeza de não estarmos sós em nossas aflições, nos traz conforto e acalanto. Por isso, foi uma emoção indescritível nos aproximarmos, mesmo que apenas intelectualmente, da queridíssima Farah Serra.

Farah organizou a “Coletânea Reedificações”, que reúne as histórias de mulheres que se reinventaram através da migração. Esses relatos, em primeira pessoa, nos levaram às lágrimas algumas vezes e, em outras, nos mostrou que nossas dores e incertezas são compartilhadas por muito mais pessoas do que imaginamos.

A Coletânea Reedificações conta com histórias de mulheres diferentes e a sua organizadora tem um desejo em comum com o Continuidade: abrir espaços para que mais mulheres falem por si mesmas, aumentar e estimular a cooperação entre nós e ecoar o movimento de mulheres que inspiram outras mulheres.

No nosso podcast, convidamos algumas das mulheres que compartilharam suas histórias na Coletânea Reedificações e o primeiro desses episódios especiais já está no ar. Érica Martins Carneiro morou na Alemanha e há alguns anos vive na Islândia com sua família trabalhando como guia de turismo. Clica aqui para ouvir o episódio e conhecer um pouco mais sobre a história dela!

Para quem se interessou e quer saber mais sobre o projeto e/ou adquirir o livro, é só entrar e contato diretamente com a organizadora através do email: farahserra@farahserra.com.
Recomendamos muito essa leitura!

*Por Cris Oliveira