Hoje, 23 de abril, é comemoramos o Dia Internacional do Livro. Essa data nos convoca a pensar sobre o que a escrita e a leitura representam para cada um de nós. O livro é algo próximo a você ou é um hábito distante e pouco acessível?
Essa celebração surgiu na década de 1920, na Espanha. Incialmente, foi escolhida a data do nascimento de Miguel Cervantes, importante autor espanhol. Com algumas reformulações feitas dentro da própria Espanha, a UNESCO, mais tarde, institui, em 1995, o dia 23 de abril como o Dia Mundial do Livro, sendo esta data reconhecida também por outros países. A escolha é uma em homenagem à data de falecimento de Cervantes, Willian Shakespeare e Inca Garcilaso de la Vega.
E o que comemoramos ao pensar nos livros e na nossa relação com eles? Talvez recorramos às memórias dos primeiros livros que nos encantaram e que foram verdadeiros momentos de desvendar mistérios ao juntar e significar as letras: aquela única frase na página dava um trabalhão para ler e trazia tantas ideias, perguntas e risadas! Podemos lembrar, quase com nitidez, as cores, a capa, as ilustrações, a textura e o cheiro destes primeiros livros. Era uma nova porta de acesso às palavras, à imaginação e aos sentimentos.
Os encantos dessas primeiras experiências podem assumir outros tons em diferentes épocas da vida, nos aproximando ou nos distanciando da leitura (e por que não da escrita também?).
Com os livros, podemos conhecer outras realidades, épocas, costumes e lutas. Através das descrições e narrações dos autores, podemos desenhar na nossa imaginação como são as personagens, os cenários – e podemos colocá-los, inclusive, dentro das nossas próprias cidades. Podemos nos sensibilizar com outros contextos e nos surpreender como outras formas de viver são possíveis e tão autênticas como aquelas que nós conhecíamos. Expandimos o nosso olhar, não é?

Podemos nos surpreender com as tomadas de decisão de cada personagem, com essa rica vida emocional de cada um. Terão os que escolhem ir, os que escolhem ficar, os que lutam, os que morrem, os que matam, e os que gentilmente nos demonstram cada emoção, como se estivéssemos dentro deles. Percorremos caminhos e histórias emocionais tão semelhantes ou tão diferentes de nós, mas, ouso dizer, que por saber alguns trechos das histórias delas, nós entendemos os seus fios condutores de certa forma – nós os desculpamos, aceitamos as suas justificativas e, por vezes, assumimos um pouco da proteção e da empatia por eles.
Neste mundo de histórias, descrições cheias de metáforas ou bem duras e diretas, podemos nos conectar com os nossos sentimentos, nossos conhecimentos e transcender na nossa imaginação. É um ganho e tanto, não é? E mais: podemos ser também autores. Por que não?
Como imigrantes, os livros podem ser momentos de contato com a nossa primeira língua, com a realidade tão conhecida. Por sua vez, os livros do novo idioma podem trazer elementos até então desconhecidos da nova cultura e poderão ser um ponto de aproximação com a nossa nova morada.
Como anda o seu hábito de leitura?
* Por Daniele Stivanin
Imagem de destaque: Farley Santos
Fonte: Brasil Escola