Pessoas Migrantes: Antoni Porowski

Antoni Porowski é um dos protagonistas da série-reality da Netflix Queer Eye. Essa série vai fazer você sorrir e se emocionar com os cinco hilários e queridíssimos Karamo, Bobby, Johnathan, Tan e Antoni. Os cinco têm a missão de passar uma semana acompanhando uma pessoa (previamente indicada por algum/a amigo/a, familiar ou outra pessoa próxima) e ajudando-a em um processo de transformação.

Durante esse tempo, os Fab Five, como eles mesmo se identificam, ajudam a pessoa indicada a entrar num processo de autoconhecimento, lhe dão um banho de loja, fazem uma mudança no visual com corte de cabelo e os escambáu, reformam sua casa e lhe dão dicas de como se alimentar melhor e preparar um jantar bacana para a pessoa que o/a indicou. É nessa parte que Antoni Porowski, nossa pessoa migrante da vez, mostra seu talento.

Antoni, o especialista em culinária e vinhos da série, tem pais migrantes, assim como ele também é. Sua mãe polonesa e seu pai belga migraram para o Canadá antes de seu nascimento. Com isso, ele acabou sendo o primeiro da sua família a nascer e crescer fora da Europa. Nascido no Canadá em 1984, ele cresceu falando inglês, francês e polonês em casa. Essas habilidades linguísticas, que hoje em dia geralmente seriam vistas com admiração, foram motivo para estranhamento na escola quando ele se mudou com a família para os Estados Unidos. Isso foi o que ele descobriu quando estava no sétimo ano na escola e sua família resolveu migrar da cosmopolita cidade de Montreal, no Canadá, para uma cidade pequena da conservadora West-Virginia, nos Estados Unidos.

Antoni Porowski / Imagem: Instagram

Antoni conta que suas habilidades linguísticas eram vistas com estranheza pelos colegas de escola e até pela professora, que sempre perguntava porque que ele não podia simplesmente falar apenas inglês como os demais adolescentes. Essa não era a única diferença que seus colegas de escola não toleravam. Eles também faziam muitas piadas xenofóbicas e basicamente não tinham tolerância para as diferenças culturais que eles detectavam nos comportamentos e hábitos de Antoni. Até os lanches que ele levava para a escola eram motivo de piadas e comentários preconceituosos. Em uma entrevista, ele contou que a imagem que as pessoas daquele estado e naquela época tinham sobre imigrantes era realmente muito limitada. Para eles, ser imigrante significava automaticamente ser um refugiado fugindo de calamidades, guerras ou pobreza. Era como se não houvesse outra possibilidade.

Essa falta de compreensão e o sentimento de não pertencimento causados por ser constantemente excluído por causa de sua origem fez com que Antoni vivesse uma grande crise com sua identidade cultural. Por muito tempo ele desejou ter um nome diferente, mais americano, como Porter ou Portman. Quando ele estava começando a se aventurar na carreira de ator, chegou a considerar seriamente trocar de nome. Ele revela que fazer parte dos Fab Five do programa Queer Eye também o ajudou a se sentir mais tranquilo com sua identidade cultural. Hoje em dia, ser um homem com um sobrenome polonês, com sexualidade fluída e em um relacionamento homossexual, faz com que ele receba milhares de mensagens de jovens gays poloneses agradecendo pela visibilidade que o status de celebridade dele ajuda a dar à causa na Polônia, país onde a homossexualidade ainda é um enorme tabu.

Hoje em dia, Antoni celebra a mistura de culturas que compõem a sua identidade e sempre as mostra e tematiza com muito orgulho em entrevistas e episódios de Queer Eye.

*Por Cris Oliveira

Imagem de destaque: Paul Brissman / The Times

Fonte: https://www.thelist.com/134951/the-untold-truth-of-antoni-porowski/

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